quinta-feira, novembro 10, 2011

"Meu filho, você não merece nada..."



Uma amiga me enviou um texto muito interessante. Intitulado "Meu filho, você não merece nada.
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada", este artigo escrito pela jornalista e escritora Eliane Brum(E-mail: elianebrum@uol.com.br ) discute o comportamento dos jovens no contexto atual. A autora sugere que a forma equivocada como os jovens se posicionam na vida decorre de uma deficiência dos pais: - eles não sabem impor limites. Eis alguns trechos do artigo:
"Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste. Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.Por que boa parte dessa nova geração é assim?... Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais? ... Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. ... Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”. Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido."

sexta-feira, setembro 16, 2011

Mais dicas de leitura sobre a cidade brasileira

Em paralelo a mudança do pensamento urbanístico no país e no mundo, o espaço urbano das cidades brasileiras foi se modificando a partir de 1850, com a ocorrência de alguns eventos como, por exemplo:  a chegada da família real no Brasil, a abolição da escravatura, a cultura do café e a implantação das ferrovias nas cidades brasileiras em meados da segunda metade do século XIX, a independência do país em 1889, e as mudanças políticas ocorridas no país na primeira metade do século XX (república velha, estado novo, república nova). Estes eventos acabaram por promover alterações e reformas urbanas nas principais cidades brasileiras, em especial a capital do país, a cidade do Rio de Janeiro

Sobre o tema sugiro a leitura dos livros: "Evolução urbana do Brasil", de Reis Filho, e  "Evolução urbana do Rio de Janeiro", de Maurício Abreu. Ah, não posso deixar de mencionar os textos do Prof. Nestor Goulart dos Reis Filho: "Urbanismo no Brasil: séculos XIX e XX", "Notas sobre o urbanismo no Brasil. Segunda parte: séculos XIX e XX", e "Algumas experiências urbanísticas no inicio da República: 1890-1920".

Sobre a modificação em cidades de porte médio como a nossa Teresina, capital do Piauí, sugiro a leitura da minha tese de doutorado, "Entre Rios".  Podem pedir o texto através do email: angelanapoleaobraz@gmail.com Prometo que enviarei com o maior prazer.

Mas para quem estiver disposto a conhecer o assunto em menos páginas, recomendo uma visitinha aos seguintes sites:
  1.  http://pt.scribd.com/doc/28860681/1-CidadesBrasileiras
  2. http://www.armazemdedados.rio.rj.gov.br/arquivos/1750_%20pereira%20passos%20vida%20e%20obra%20re%20221.PDF
  3. http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2007/trabalhos/sociais/epg/EPG00214_01O.pdf 
  4. http://www.redesecovi.com/noticias/arq_not/cemanos2.pdf
  5. http://istoecidade.weebly.com/uploads/3/0/2/0/3020261/tex01_o_espao_urbano.pdf
  6. http://pt.scribd.com/doc/35919235/Texto-Sobre-Cidades-Usp
Estas indicações são apenas uma pequena amostra da extensa bibliografia sobre o tema. 

quarta-feira, setembro 14, 2011

Dica de boa leitura. É de graça!

A vida está fácil para quem quiser saber mais sobre TEORIA E HISTÓRIA DO URBANISMO. A internet oferece gratuitamente bons livros sobre o tema. Busque, por exemplo, os seguintes livros:

a) LE GOFF, Jacques. "L’APOGÉE DE LA FRANCE URBAINE MEDIEVALE" (O apogeu da cidade francesa medieval). O livro, traduzido para o português,  está disponível no seguinte endereço: http://pt.scribd.com/doc/4663773/O-APOGEU-DA-CIDADE-MEDIEVAL-Jacques-Le-Goff

b) ABIKO, A.; ALMEIDA, Marco; BARREIROS, Mário. "URBANISMO: HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO". Publicado pela USP em 1995, este livro está disponível na internet. Buscar no site http://pt.scribd.com/doc/35919235/Texto-Sobre-Cidades-Usp 

sábado, setembro 03, 2011

Felipe Monteiro

Parabéns ao aluno Felipe Monteiro (Projeto 6º, arquitetura\UFPI) pela palestra sobre o Tatuk GIS realizada no auditório Engº Luís Francisco do Rêgo Monteiro, CT\UFPI. Conhecimento, segurança e objetividade foram a tônica de sua exposição.

HABITAÇÃO SOCIAL EM TERESINA, PIAUÍ: USO E TRANSFORMAÇÕES

"HABITAÇÃO SOCIAL EM TERESINA, PIAUÍ: USO E TRANSFORMAÇÕES" discute a cidade de Teresina gerada pela produção pública de habitação social cuja execução, quase sempre baseada na demanda existente, desconsidera sua adequação urbana e o desenvolvimento territorial das cidades. O texto aborda a questão da habitação popular em Teresina-PI a partir de uma síntese da produção da COHAB/PI, utiliza a observação como método de análise, apresenta as transformações espaciais dos conjuntos habitacionais populares de Teresina-PI e discute quais alterações são melhores para a habitabilidade nos conjuntos populares desta cidade. Ver o artigo completo em: BRAZ E SILVA, Angela Martins Napoleão. Habitação social em Teresina\PI: usos e transformações. In: Anais do I Seminário Mato-Grossense de Habitação de Interesse Social. Cuiabá: CEFETMT, EdUFMT, 2005, p 67-80.

domingo, junho 19, 2011

O RELEVO COMO CONDIÇÃO DO DESENHO URBANO

Os atributos morfológicos de um terreno irão se constituir em variáveis a serem consideradas na elaboração de um projeto arquitetônico.

O relevo, por exemplo, determina a implantação do sistema viário e exige a inclusão de certos elementos do sistema de drenagem ou de certos tipos de pavimentação. Análise da conformação física do terreno determinam a existência natural de platôs ou determinam a necessidade de serem criados. A análise também indica se a declividade natural existente deve ser mantida ao invés de se criar platôs. O projetista deve escolher qual das três alternativas?  O caminho para se escolher acertadamente é introduzir um outro elemento de análise: a relação custo benefício. Significa dizer que para cada constatação obtida, o projetista deve considerar suas conseqüências em termos de custo necessário para a execução, futuras condições de apropriação, projeção de expansão e/ou adensamento da ocupação prevista inicialmente, aspectos culturais característicos da população usuária e de depreciação ou valoração de arquiteturas existentes com propostas semelhantes.

  As características topológicas de uma área poderão contribuir ou prejudicar aspectos referentes a economicidade, à funcionalidade, à paisagem e à estética da arquitetura proposta em projeto.

A economicidade é vista aqui como condição de sustentabilidade da arquitetura.  O projetista deve considerar as variáveis que contribuem para impedir ou postergar a depreciação da arquitetura proposta. Em geral, vão de simples considerações quanto ao acabamento mais durável e mais facilmente mantido a reflexões sobre as possibilidades espaciais adequadas. O objetivo é propiciar o uso efetivo da arquitetura de forma a garantir e preservar as condições de uso propostas. No projeto urbano, o relevo poderá ser explorado como elemento propício à geração de emprego e renda. É o caso de se introduzir nos conjuntos habitacionais de baixa renda, por exemplo, atividades pesqueiras e criatório ou de agricultura familiar.

 A funcionalidade é vista pela autora como objetivo do dimensionamento e zoneamento adequados no atendimento às condições da agenda imposta pelo cliente. No entanto, é preciso considerar que as mesmas variáveis que condicionam a projetação também, condicionam a apropriação. Ambas dependem de certas necessidades espaciais decorrentes de determinadas referências culturais. E estas, são muito dinâmicas. Hoje com a globalização e a informação massiva, os hábitos culturais mudam muito rapidamente e em decorrência as necessidades espaciais também mudam. Para garantir a adequação à arquitetura, o arquiteto deve considerar as projeções futuras – como ampliações, por exemplo, - que podem e devem fazer parte de sua agenda programática. Nesta consideração, a condição de relevo constitui partido importante para tais ampliações – tanto do espaço fechado / privado (edificações) quanto do espaço aberto / público (áreas verdes, de lazer ou de circulação). 

A paisagem e a estética aqui são vistas como elementos fortemente associados. Em geral, um decorre do que se fizer com o outro. O coroamento da paisagem sempre é conseqüência dos aspectos morfológicos e do aproveitamento do terreno, cujo índice máximo de utilização previsto é em lei. O projetista deve considera-lo em função da taxa de conforto escolhida para sua arquitetura e da compatibilidade com o meio ambiente do entorno.  Relevos com diferenciação morfológica podem constituir partido que resulte na criação de elemento estético marcante, que personalize a arquitetura proposta. No caso de conjuntos habitacionais de baixa renda, a diferenciação estética do modelo tradicional conduz a uma ampliação dos níveis de auto-estima da população residente, o que por sua vez, interfere na preservação da arquitetura e constitui garantia de qualidade de vida.

quinta-feira, maio 12, 2011

Sobre a constituição do tecido urbano de Teresina: 
  1. A formação do bairro Mafuá ocorreu no início do século XX, por ocasião dos trabalhos de nivelamento da Estrada do Gado (Avenida Circular, hoje Avenida Miguel Rosa) para a colocação dos trilhos da estrada de ferro, que tinha a função de ligar Teresina, capital do Piauí, à São Luis, capital do Maranhão. Cf. LIMA, Francisca Lidiane de Sousa. Rupturas, permanências e vivências cotidianas: o bairro Mafuá de 1970 a 1990. Teresina. Dissertação (Mestrado em História do Brasil) – Universidade Federal do Piauí, 2006, p. 28.
  2. Segundo Ana Cristina Lima (2009, p 27), a Vila Operária foi construída em área do bairro Mafuá e seus lotes foram distribuídos aos trabalhadores da Ferrovia Teresina-São Luís. Lima também afirma que, posteriormente, em meados da década de 1940, foi construído um conjunto de casas populares que alguns relatos afirmam ser destinado exclusivamente para operários e outros, a policiais militares “passando, posteriormente, a ser habitado por trabalhadores civis”. Cf LIMA, Ana Cristina da Costa . Devoções e celebrações no bairro dos operários em Teresina (segunda metade do século XX). Teresina: Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Piauí, 2009.

segunda-feira, maio 09, 2011

Recadinho

Gente, o tempo está curto! Gostaria de ajuda para manter este blog atualizado. Alguém se habilita?

EXEMPLOS DE TEORIA ANALÍTICA COM BASE NA MORFOLOGIA URBANA

A morfologia urbana tem sido objeto de diferentes abordagens desenvolvidas por autores provenientes também de diferentes perfis disciplinares. Nuns casos são os aspectos da percepção visual noutras as possíveis leituras mais técnicas, noutros ainda é a história condiciona os olhares. Apenas como incentivo para novas leituras fazemos referencia a alguns autores que marcaram e marcam ainda os estudos sobre a morfologia urbana. Trata-se de Camillo Sitte, Kevin Lynch, Gordon Cullen, J.M. Lamas e no caso brasileiro, Maria Elaine Kohlsdorf.
Estes autores enfatizam a capacidade individual de percepção visual da cidade a partir do ponto de vista do habitante e do cidadão. No primeiro, de certa forma apelando à memória da vivência urbana de cada um e no segundo, recorrendo ao conhecimento daquele que percorre a cidade em seus trajetos cotidianos.
Eles têm como objetivo encontrar a relação entre a percepção, o reconhecimento, no sentido de orientação espacial e a escala humana que na verdade é o elemento fundamental e medida padrão em todas as situações.
Suas proposições analíticas se apóiam na capacidade de conhecer e de dar forma ao espaço urbano e por isto tratam a questão da legibilidade como essencial.

Exemplos de teoria analítica com base na morfologia urbana

Estes autores enfatizam a capacidade individual de percepção visual da cidade a partir do ponto de vista do habitante e do cidadão. No primeiro, de certa forma apelando à memória da vivência urbana de cada um e no segundo, recorrendo ao conhecimento daquele que percorre a cidade em seus trajetos cotidianos. Eles têm como objetivo encontrar a relação entre a percepção, o reconhecimento, no sentido de orientação espacial e a escala humana que na verdade é o elemento fundamental e medida padrão em todas as situações. Suas proposições analíticas se apóiam na capacidade de conhecer e de dar forma ao espaço urbano e por isto tratam a questão da legibilidade como essencial.
A morfologia urbana tem sido objeto de diferentes abordagens desenvolvidas por autores provenientes também de diferentes perfis disciplinares. Nuns casos são os aspectos da percepção visual noutras as possíveis leituras mais técnicas, noutros ainda é a história condiciona os olhares. Apenas como incentivo para novas leituras fazemos referencia a alguns autores que marcaram e marcam ainda os estudos sobre a morfologia urbana. Trata-se de Camillo Sitte, Kevin Lynch, Gordon Cullen, J.M. Lamas e no caso brasileiro, Maria Elaine Kohlsdorf.
Obs.: Texto preparado para fundamentar discussões em seminário sobre o tema foi encaminhado via email para os alunos da disciplina “Projeto de Urbanismo”, do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPI.

quarta-feira, março 30, 2011

O espaço urbano na visão de Roberto Lobato Corrêa

O Que é espaço urbano? Em termos gerais, o conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem áreas, como: o centro da cidade, local de concentração de atividades comerciais, de serviço
e de gestão; áreas industriais e áreas residenciais, distintas em termos de forma e conteúdo social;
áreas de lazer; e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão. Este conjunto de usos da
terra é a organização espacial da cidade ou simplesmente o espaço urbano.

O espaço urbano se caracteriza como fragmentado e articulado. Ele é reflexo e condicionante social, e ao mesmo tempo é um conjunto de símbolos e campo de lutas. É assim a própria sociedade em uma de suas dimensões,aquela mais aparente, materializada nas formas espaciais.

Referência Bibliográfica:
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. São Paulo: Editora Ática, 1999, p.1-16.

terça-feira, março 29, 2011

Compreendendo o espaço urbano

O espaço urbano deve ser considerado como uma conjunto de relações realizadas através das funções e de formas que se apresentam como testemunha da história escrita por processos do passado e do presente. Isto é, o espaço se define como um conjunto de relações sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se manifestam através de processos e funções (SANTOS, M. 1978, P 123).
Milton Santos considera que as categorias analíticas do espaço urbano são: forma, função, processo e estrutura. A forma é o aspecto visível, a função é o meio através do qual as relações sociais se manifestam, o processo relaciona-se ao tempo e à mudança do espaço, e a estrutura é a inter-relação das partes ou a forma como as partes se organizam.
Milton Santos também considera que o espaço é uma estrutura constituída pelos seguintes elementos: o homem; as firmas (produtores de bens, serviços e idéias); as instituições (produtores de normas, ordens e legitimações); suporte ecológico (base física territorial), e as infra-estruturas (o trabalho humano geografizado como as casas, as plantações, as estradas, etc.) (SANTOS, M. 1985, P 6).
Para o autor,
Quando se estuda a organização espacial, estes conceitos são necessários para explicar como o espaço social está estruturado, como os homens organizam sua sociedade no espaço e como a concepção e o uso que o homem faz do espaço sofrem mudanças. A acumulação do tempo histórico permite-nos compreender a atual organização espacial (SANTOS, M. 1985, p 53).
O caráter social do espaço urbano foi estudado por Henri Lefebvre (1986). Para o autor, o espaço "vivido" é o espaço social ao qual corresponde uma prática espacial que se expressa através da forma de uso deste espaço. Mas outras facetas também se apresentam quando se pretende conceituar o espaço urbano. Numa visão capitalista, ele também é uma mercadoria (DAMIANI et alli, 2001, P 48) e sob a ótica de Marcel Cornu (1977, P 39), o espaço também é objeto e lugar de pesquisas.

Referências Bibliográficas:
CORNU, Marcel. Libérer la ville. Paris: Castermann, 1977.
DAMIANI, Amélia Luísa; CARLOS, Ana Fani Alessandri; SEABRA, Odete Carvalho de Lima (Orgs.) O espaço no fim do século: a nova raridade. São Paulo: Contexto, 2001.
LEFEBVRE, Henri. O Direito a cidade. Paris: Anthropos, 1986, p23-24
SANTOS, Milton. Espaço & Método. São Paulo: Nobel, 1985.
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo: HUCITEC – EDUSP, 1978, p 113-152.
Obs.: Os livros citados podem ser encontrados no acervo da Biblioteca Jornalista Carlos Catelo Branco\UFPI

quarta-feira, março 16, 2011

Começou!!!!

A primeira aula da Disciplina aconteceu na última segunda-feira. Um monte de carinhas simpáticas. Tomara que dê 'samba'! Ah, as dificuldades de acesso à NET são momentâneas e portanto, as postagens serão retomadas em breve.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Em busca do tempo perdido, de Vicente Del Rio

A partir dos anos 90, e hoje já integrado ao paradigma do desenvolvimento sustentável, as grandes cidades passaram a buscar o renascimento dos centros urbanos, através da revitalização de suas áreas centrais através da reutilização dos patrimônios (físico, social e econômico) instalados e da sua melhor utilização possível, viabilizando o sistema econômico através das melhores respostas socioculturais. Os novos modelos urbanísticos de revitalização urbana invertem a lógica modernista e seus modelos positivistas, onde a busca pelo ideal racional-tecnicista gerava a renovação urbana indiscriminada e construía ambientes simplórios, assépticos e desprovidos da riqueza socio-cultural típica dos centros urbanos tradicionais.
Integrador e abrangente, o modelo da revitalização distancia-se tanto dos projetos traumáticos de renovação quanto das atitudes exageradamente conservacionistas, mas incorpora e excede as práticas urbanísticas anteriores na busca pelo renascimento econômico, social e cultural das áreas centrais esvaziadas, decadentes e sub-utilizadas. Pressupõe-se agora um processo, onde ações conjuntas e integradas voltam-se para dar-lhes uma nova vida.
Para tanto, através de um planejamento estratégico entre poder público (viabilizadores), poder privado (investidores) e comunidades (usuários), identifica-se planos e programas que maximizem e compatibilizem os esforços e investimentos, e norteia-se a implementação integrada de ações e projetos a curto, médio e longo prazos. Os resultados positivos, por sua vez, realimentam o processo atraindo novos investidores, novos moradores e novos consumidores, e gerando novos projetos.
Adotado em maior ou menor grau em diversas cidades no mundo inteiro, o movimento na direção deste novo modelo destacou-se a partir das experiências bem sucedidas de diversas cidades norte-americanas e européias, em particular das pioneiras Boston, Baltimore e São Francisco, nos EUA, e Londres e Glasgow, na Grã-Bretanha. No caso do Brasil, depois de uma experiência ainda em pequena escala no centro histórico de Curitiba, em meados dos anos 70, o modelo se consolidou com o sucesso do Projeto Corredor Cultural do Rio Janeiro, que hoje abrange mais de 3.500 imóveis e diversos centros culturais, e das mais recentes experiências no Pelourinho de Salvador e no centro de Recife.
O estudo das experiências bem sucedidas aponta para cinco aspectos fundamentais dos projetos: a) complexos processos de planejamento, monitoramento, gestão e marketing, b) mix estudado de diversos usos do solo, com a presença de "âncoras" sólidas; c) respeito à memória coletiva e ao contexto pré-existente (físico-espacial e socio-cultural); d) atenção ao poder das imagens e da qualidade projetual; e) implantação através de processos colaborativos entre os grupos envolvidos (governo, comunidade e empresários).
É importante frisar que, em geral, a revitalização de áreas centrais depende da promoção de novas imagens para locais tidos como decadentes ou de má fama. Portanto, por um lado, é vital a construção da confiança no processo e no lugar, o que sempre é dependente de ações integradas, contínuas e constantes, monitoradas pelo poder público. Por outro lado, essas estratégias são dependentes de agentes catalisadores da revitalização, dinâmicos e de forte apelo, constituindo-se num "diferencial" e no "gancho" inicial (não diferentemente do conceito de âncora no shopping center), contribuindo ativa e intensamente na construção da nova imagem e na atração de novos usuários e investimentos (2).
Embora, evidentemente, esses catalisadores não possam garantir o sucesso da revitalização como um todo, eles têm se mostrado essenciais para dar partida e, muitas vêzes, sustentam todo o processo. Os exemplos bem sucedidos incluem a promoção de grandes equipamentos públicos e de lazer, a valorização de conjuntos históricos e da frente marítima, com: construção de novas áreas de lazer, museus, marinas, aquários, lojas, mercados, hotéis e habitação. A presença da água, especialmente, tem servido como potente catalisador através do aproveitamento de suas conotações simbólicas e possibilidades lúdicas, tal como em Boston, São Francisco e no Inner Harbor de Baltimore. As marinas, por exemplo, públicas ou privadas, passarem a compor um diferencial importante nos novos lançamentos comerciais e residenciais nas antigas áreas portuárias.
Finalmente, deve-se notar que o turismo recreativo, cultural e de compras, tem se mostrado importante dinamizador econômico e social na revitalização das áreas centrais. No caso pioneiro de Boston, o antigo mercado e a área adjacente foram transformados, em 1977, num novo conjunto comercial com lojas, mercado, restaurantes e bares, num esforço conjunto entre a prefeitura e a iniciativa privada. No seu primeiro ano de funcionamento, esse conjunto já atraía dez milhões de visitantes (um total equivalente ao registrado para a Disneylândia no mesmo periodo) e, em meados dos anos 80, este número atingia 16 milhões/ano, três vezes mais que o total de turistas que entravam no México e no Havaí (estimou-se que os verdadeiros turistas no complexo chegavam à metade deste total) (3).
Mais recentemente, a Espanha nos proporciona dois importantes exemplos. Em Barcelona, a realização dos Jogos Olímpicos de 1992 - e os investimentos conexos - serviram como pano de fundo de programas e projetos urbanísticos para a requalificação dos espaços da cidade e a revitalização de inúmeras áreas, inclusive do centro histórico e da frente marítima, num processo que fez da cidade um dos mais importantes pólos culturais e econômicos da Europa. Em Bilbao, a estratégia para recuperação econômica da cidade – antes mundialmente conhecida apenas por abrigar o grupo separatista basco – baseou-se na decisão de construir um polêmico projeto arquitetônico para o novo museu Guggenheim, que acabou tornando-se referência mundial e razão principal das visitas turísticas à cidade, tendo recebido mais de 2,5 milhões de visitantes nos seus dois primeiros anos (4). E, nesta linha, não esqueçamos da experiência recente bem sucedida de reconstrução da imagem de Niterói – cidade vizinha ao Rio de Janeiro – através da forte imagem proporcionada pelo Museu de Arte Contemporânea de Niemeyer, um exemplar edifício-ícone que se projeta na Baía de Guanabara.
No último mês, o Rio de Janeiro também tem corrido atrás de oportunidade semelhante, brigando para receber o Museu Guggenheim brasileiro, como acompanhamos em todos os noticiários. Ter um "gehry" - ou, quem sabe, um "koolhaas", de modo a participar de uma paradigma globalizado e globalizante, em muito contribuiría na re-construção da imagem da cidade em nível internacional. Parece que, nos últimos anos, a cidade se deu conta da importância do city marketing, não sem haver perdido diversas oportunidades quando optou por contratos ou concursos locais para projetos de grande visibilidade (rio-orla na ECO-92, novo terminal do aeroporto internacional, monumento ao holocausto, etc).
Portanto, neste fim de século em que a sociedade está plenamente consciente da propriedade e do alcance social do paradigma do desenvolvimento sustentado, e dos modelos urbanísticos que lhe podem dar corpo, as metrópoles devem se convencer da importância da revitalização urbana consciente, num processo democrático, flexível, contínuo e integrado. Por outro lado, a globalização da economia tem acirrado a competição entre cidades na atração de novos mercados e investimentos, o que aponta para a importância dos diferenciais entre as cidades e, conseqüentemente, um cuidado cada vez maior na busca da qualidade destes modelos e processos. Finalmente, é mister admitir que, nessa busca pelo tempo perdido com tantos modelos e projetos equivocados ou incompletos, a implementação dos novos processos e modelos deverão ser, sempre, mais lentos do que geralmente admite a ação técnica tradicional ou tempos políticos a que estamos acostumados.
notas
1
Artigo originado na conferência de abertura do curso Intervenções em Áreas Centrais Litorâneas – O Caso de Vitória, coordenado pelo professor Tarcisio Bahia de Andrade numa iniciativa conjunta da Universidade Federal do Espírito Santo, através do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, e da Prefeitura Municipal de Vitória, de 08 a 12/1999.

2
KOTLER, Philip et al. Marketing Público: Atraindo Investimento, Indústria e Turismo para as Cidades, Estados e Países. Rio de Janeiro, Makron / Free Press, 1995.

3
In FRIEDEN, B. & SAGALYN, L. Downtown, Inc.: How America Rebuilds Cities. Cambridge MA, MIT Press, 1990.

4
BORDOLON, E. "Maravilha Arquitetônica". In Revisa Check, ano 3, n. 31, 1999.


Sobre o autor: Vicente del Rio é arquiteto e urbanista, mestre em Desenho Urbano (Oxford) e doutor em Arquitetura e Urbanismo (USP). Atualmente é professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Sobre este texto: extraído de http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/01.006/963, acesso em 14 de fevereiro de 2011

domingo, janeiro 30, 2011

ARQUITETURA DE RUA

Intervenções no espaço urbano têm um significado maior para o funcionamento da cidade do que possa imaginar nossa vã filosofia. Toda intervenção vai gerar nova ocupação e novos usuários. Imagine o sistema urbano recebendo esta novidade sem que o projetista tenha se preocupado com as conseqüências.
Considerando que a arquitetura deve ser vista antes de tudo como um princípio de ordenamento que define regras básicas tanto para a distribuição espacial dos movimentos urbanos de veículos e pedestres como da localização das diferentes atividades que podem ser realizadas nos espaços urbanos, é necessário incluir uma complexa análise do entorno ou do lugar onde será implantado um novo projeto.
Para tanto é necessário conhecer as características locais de ocupação, tipologia e morfologia urbanas. Explica-se tal necessidade por duas razões: primeiro para harmonizar a proposta projetual com aspectos tradicionais da área e segundo, para identificar dentre os hábitos, costumes, condições físicas e sócio-econômicas aquelas que poderão se tornar restritivas ao projeto. Também é preciso identificar e localizar equipamentos e serviços urbanos existentes com o objetivo de conhecer sua capacidade de atendimento em função da demanda existente e da demanda pós-intervenção.
Várias visitas ao local de implantação do projeto poderão fornecer subsídios para evitar erros projetuais.
Visitando os conjuntos habitacionais de Teresina, por exemplo, em alguns, observa-se sinais de deteriorização que não estão relacionados ao sistema construtivo utilizado, mas sim, à forma como as edificações foram e são ocupadas. Outros conjuntos apresentam condições mais aceitáveis. As diferenças existentes talvez sejam o caminho para uma projetação que assegure o sucesso da implantação desta tipologia.  Dentre os conjuntos que se incluem no segundo grupo, Saci, Parque Piauí, e Itararé se apresentam com uma organização espacial em consonância aos aspectos mais tradicionais de nossa cidade, tais como: arquitetura de espaços abertos, espaços livres ocupados adequadamente de forma a propiciar a reunião dos moradores, sistema viário compatível com o da cidade, certa vinculação entre edifício e rua, interação da comunidade com a cidade através de um fluxo direto, implantação da célula habitacional e dimensões de lote que possibilitam seu manuseio por parte do usuário de forma a adequá-los às suas necessidades, etc.
Visitas ao local ou à área de intervenção permitem a constatação de fatos que se tornam elementos do partido arquitetônico a ser adotado. Voltando ao exemplo dos conjuntos habitacionais de Teresina, uma ida ao local mostra uma arquitetura cheia de constituições, ou seja, de conexões entre espaço privado e espaço público. Estas conexões permitem à população um maior controle visual dos espaços públicos e se refletem em conservação e segurança da área. Sendo assim, intensificar a relação entre os espaços públicos e os espaços privados poderá ser uma excelente condição de projetação para esta tipologia.
Trata-se de uma metodologia de projetação. Sugerimos que sair da prancheta e ir à rua olhar e assimilar suas feições e suas cicatrizes é condição básica para fazer bons projetos. A este fazer, preocupado em harmonizar a proposta projetual aos aspectos tradicionais da cidade, denominamos ARQUITETURA DE RUA.
Fazer ARQUITETURA DE RUA, parodiando Kevin Linch, é experimentar o terreno (lote ou área urbana) selecionado para edificar o projeto através de seu entorno. Esta experimentação requer conhecimento técnico e envolve a historicidade da área urbana.
Depois de analisar as legislações pertinentes acerca da exeqüibilidade do objeto arquitetônico no terreno selecionado, o arquiteto deve investigar sobre a formação e constituição urbana da área. No caso da projetação de um conjunto habitacional, o questionamento deve refletir sobre a evolução histórica do trecho urbano: Como a área se constituiu? E como ela se apresenta hoje? Como esta área se integra à cidade? Há alguma barreira à continuidade da malha urbana? Atender a estas questões implica em identificar as características tipológicas e morfológicas da área, ao longo do tempo. Portanto, conhecê-las é fator de aproximação com o objeto arquitetônico e constitui variável de projeto.
O passo seguinte é identificar a composição demográfica da área e verificar como ela se distribui espacialmente. A densidade populacional será a variável obtida e principal restrição de projeto. Outras informações importantes poderão ser obtidas em instituições governamentais e dizem respeito à variável DENSIDADE DEMOGRAFICA. São dados sócio-econômicos e estruturais. Refere-se à educação (nº de escolas e creches, demanda atendida, demanda a atender, etc); economia (renda mensal/domicílio); meio-ambiente; cultura, esporte e lazer; sistema viário; saúde e segurança.
As informações obtidas levam o arquiteto ao exercício básico de seu ofício: PENSAR. As constatações que daí decorre deverão constituir subsídios para o arquiteto projetar. Mas como refletir tais informações espacialmente, sem distorções? Esta talvez seja a primeira discussão do arquiteto em seu processo de criação. Ocorre porque precisamos considerar o rebatimento das informações como necessário à integração do objeto arquitetônico ao seu entorno, à cidade. Aliás, o exercício de refletir sobre o projeto e sua relação com as pessoas e com o entorno, acompanha o arquiteto durante todo o processo de projetação. E se tal discussão for compartilhada ao invés de ser uma atividade solitária, melhor. Trará bons resultados para o projeto. Por fim, é preciso mencionar que dentre as reflexões, um tema é especial e sua ausência é catastrófica. Basta simplesmente questionar sobre os tipos de conseqüências que a implantação “daquele objeto arquitetônico” vai trazer à região. A realização desta análise pode evitar muitos problemas – para a cidade e para o arquiteto.

sábado, janeiro 29, 2011

O plano de implantação da cidade de Teresina (1852) i

Existe traçado geométrico, reticulado, simétrico. Traçado planejado para a cidade ter muitas esquinas. Quem diria? Esquinas para vigiar. Não importa porque é seguro para viver. Além do mais, se por um lado é impossível de se esconder, por outro é bom pra descortinar. Afinal, cada esquina se abre em quatro direções. São caminhos para o mundo que se queira.
Miniatura do plano da cidade, anexado a correspondência da Câmara Municipal, enviada ao Presidente da Província do Piauí, em 28/04/1855.

Teresina se fez a nova capital do Piauí através de desenho atribuído ao Mestre Isidoro. Impregnado do barroco quanto a racionalidade, formalismo, uniformidade e retilineidade do traçado, era um quadrilátero de 43 km² com 1.500 braças para o sul e 1.500 braças para o norte. Ruas de idas e vindas ao Parnaíba cruzando em ângulo reto com outras de direção norte/sul, como em um tabuleiro de xadrez.
  
Planificação de origem na política pombalina traz especificidades formais do urbanismo português (Séc. XII a XVIII), tais como a criteriosa escolha de localização do núcleo inicial, a cuidadosa adaptação ao sítio e a mesma forma de implantação da praça central de onde o traçado se origina. Sua composição apresenta duas particularidades quanto à sua centralidade. A primeira se refere à geometria. A praça dita central, não está no centro do quadrilátero urbano original. Localiza-se defronte a Igreja Matriz cuja soleira principal contém o marco-zero da cidade e cuja implantação, faz do edifício religioso o ponto focal para aqueles que chegavam à cidade pelo Rio Parnaíba. Tal característica indica um traçado feito em obediência à mesma técnica urbanística barroca de valorização da perspectiva de um edifício.

A segunda particularidade se refere à existência de uma lógica social do espaço localizado ao derredor da praça central. Trata-se do movimento social oriundo da localização dos edifícios institucionais em seu derredor. Suas implantações em destaque pretendiam alardear a autoridade portuguesa, no entanto a religiosidade se sobrepôs e a igreja matriz, além de conter o marco zero, foi também marco espacial de fronteiras sociais. Perto dela os lugares de trabalho, de administração, de saúde, de preservação. Atrás dela o lugar de comércio. Longe dela, em uma distância conveniente para o padrão espacial da época, a zona ou lugar de prostituição. Ainda é assim.

Traçado proveniente de um desenho erudito, o plano de Isidoro representa a racionalização de recursos e a simplificação de procedimentos. Função da topografia e de demandas sócio-políticas resultou na flexibilidade da trama urbana, na articulação das praças e na informalidade dos loteamentos. É marca de um planejamento prévio. Comprova que Teresina foi de fato a primeira cidade planejada e construída no Brasil - Império com o objetivo de ser capital.

Sua regularidade presume facilidade técnica e economia quanto a execução em termos de tempo e de custo, mas também esconde uma história de dominação e controle. A regularidade do traçado também era uma necessidade política de controle do espaço, herança do ofício da Engenharia Militar Portuguesa que promovia o estabelecimento e desenvolvimento da rede urbana no Brasil do século XVIII. Desta regularidade se obtém uma malha reticulada e simétrica que demonstra o feitio moderno do plano. Apresenta dimensões que permitiram a cidade acompanhar a modernização do sistema de transportes.

O plano também é moderno porque revela preocupação com um detalhamento quantitativo e qualitativo. No primeiro caso, a história mostra que Isidoro considerou fatores como densidade, superfície, dimensões, etc. Afinal, o tamanho do tecido urbano deveria absorver a população da Vila Velha e os funcionários públicos da antiga capital. No segundo caso, percebe-se que o desenho obedece a certas condições da tradição urbanística portuguesa. Ou seja, atende as condições de defesa, de boa ventilação, drenagem, controle, acessibilidade, adequação à topografia e ao clima. Além disto, fica evidente que o Plano também contempla certa pertinência funcional quanto a regras de distribuição espacial das atividades e quanto à pertinência dimensional relacionada à largura, comprimento, malha, etc.

O Plano contém elementos figurativos que definem uma tipologia de elementos urbanos (ruas, praças, lotes, quarteirões, esquinas) com articulações importantes que denotam o cuidado com o fazer urbano, próprias do planejamento prévio e que proporcionam um equilíbrio das inter-relações urbanas, das funções e das condições de uso do espaço. Mostram-se, por exemplo, no diálogo equilibrado entre cheios (áreas edificadas) e vazios (áreas livres) que resulta proporcional em volume e adequação climática.


(i) Este texto originalmente foi publicado com a seguinte referência: Braz e Silva, Angela Martins Napoleão. O Plano de implantação da cidade de Teresina (1852). Salvador, Editora da Universidade Federal da Bahia, Cadernos PPG-AU\UFBA \ Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – Ano 7, Número Especial, 2008, p 43-45. Francisco de Assis da Costa (Org.), 142p.: Il. Semestral, ISSN 1679-6861
       

Urbanismo moderno brasileiro

Considera-se que o urbanismo moderno brasileiro surgiu com o planejamento da cidade de Belo Horizonte, projeto de Antão Reis, no final do século XIX. Mas quais são as suas características? A resposta para esta pergunta pode ser encontrada em excelente publicação sobre a historiografia do urbanismo brasileiro. Trata-se de:
LEME, Maria Cristina da Silva. A formação do pensamento urbanístico no Brasil: 1895-1965. In: LEME, Maria Cristina da Silva (Coord.). Urbanismo no Brasil - 1895-1965. São Paulo: Studio Nobel; FAUSP; FUPAM, 2005a. p. 20-38.
Além da pesquisa coordenada por Cristina Leme,  sugerimos a leitura de trabalhos que discutem a origem das ideias que formaram a base de nossa cultura urbanística e a maneira como foram assimiladas. Citamos como exemplo :
  1. Cultura urbanística e contribuição modernista: Brasil, anos 1930 - 1960, de Marco Aurélio Gomes. Ver em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/ppgau/article/view/1691
  2. O desenho da cidade: formas urbanas modernas e seus reflexos no Brasil – 1920-1960, de Eloísa Petti Pinheiro. Ver em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/ppgau/article/view/2640

Dicas de leitura para a disciplina (1)

A disciplina Projeto de Urbanismo, entre outros, requer conhecimento da "História do Urbanismo" e da "História da Cidade", temas que, eventualmente, ofereceremos algumas sugestões de leitura.

 A internet disponibiliza alguns livros gratuitamente. Dentre eles alguns se referem à história de Teresina:

1 SAINT-ADOLPHE, J. C. R. Milliet de. Diccionario geographico, historico e descriptivo, do imperio do Brazil. Paris: Typografhia de Fain e Thunot, 1845. v. 2. Disponível em: http://books.google.com.br/ebooks?id=aN8FAAAAQAAJ&printsec=frontcover&output=reader


2 D’ALENCASTRE, José Martins Pereira. Memoria chronologica, histórica e corografhica da Província do Piauhi. Revista do Instituto Geográphico e Histórico Brazileiro, Rio de Janeiro, t. XX, p. 5-165, 1º trimestre de 1857. Disponível em:  http://books.google.com.br/books?id=RUkDAAAAMAAJ&pg=PA115&vq=comarca+da+capital&dq=teresina&as_brr=1#v=onepage&q=comarca%20da%20capital&f=false>.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Experiências vividas em Barcelona

Em "Arquiurbanes", o arquiteto e doutorando da UPC\UNB - e ex-aluno UFPI (Turma 2006), Caio Frederico, divide suas impressões, sensações urbanas e experimentações, vivenciadas em Barcelona e outras cidades.



Do que se trata

Este blog se propõe a dar maior visibilidade ao conteúdo ministrado na disciplina Projeto de Urbanismo, do Curso de Arquitetura, da Universidade Federal do Piauí. Também será o sítio dos melhores trabalhos desenvolvidos na disciplina, e de reflexões relacionadas ao tema - as intervenções urbanas -, e ao objeto de estudo - a cidade.

Adianto-lhes que neste primeiro semestre de 2011, a cidade de Teresina será nosso objeto de estudo.

Trecho do mapa da província do Piauí, onde se vêem as cidades de Teresina e Timon, em 1872. Observe-se que o norte magnético é invertido 
(Fonte: Recenceamento de 1872, Coleção Mapas do Império)