quinta-feira, novembro 10, 2011

"Meu filho, você não merece nada..."



Uma amiga me enviou um texto muito interessante. Intitulado "Meu filho, você não merece nada.
A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada", este artigo escrito pela jornalista e escritora Eliane Brum(E-mail: elianebrum@uol.com.br ) discute o comportamento dos jovens no contexto atual. A autora sugere que a forma equivocada como os jovens se posicionam na vida decorre de uma deficiência dos pais: - eles não sabem impor limites. Eis alguns trechos do artigo:
"Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste. Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.Por que boa parte dessa nova geração é assim?... Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais? ... Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. ... Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”. Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido."